segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vinicius de Moraes

Medo de Amar

Vire essa folha do livro e se esqueça de mim
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz
Agora vá sua vida como você quer
Porém, não se surpreenda se uma outra mulher
Nascer de mim, como do deserto uma flor
E compreender que o ciúme é o perfume do amor

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Branco ou Preto

Algo congelou, sem expressão, sem palavras, sem olhar, sem sorriso, sem felicidade, sem choro.
Tudo se pintou de branco, ou melhor, se ausentou de cor e se transformou em preto.
Não há ao que agir ou reagir.
Tudo permanece vazio!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Salve Chico

O que será (A flor da pele)

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mentir e me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Isso, aquilo.. tudo!

Não sei há quanto tempo não paro pra pensar, pensar em tudo..
 Tá corrido, tumultuado, insano, louco, bom, aconchegante, apaixonante ..
Os dias ultimamente passam como raios e eu pareço não exprimir qualquer opinião se a direção ta certa ou se essa é apenas uma maneira de evitar tudo, correr de tudo..
Minha cabeça parece um turbilhão cogitando todas as possibilidades do que fazer agora o que fazer daqui uma hora, o que fazer amanhã, o que vai ser de mim daqui um mês.
Parece tudo meio perdido, tudo muito distante, quase como se eu estivesse observando tudo de longe e preocupada demais com horizonte pra olhar pro próprio umbigo e entender os sentimentos que rolam nesse mar de coisas.
To tentando engolir tudo pra não perder nada, mas fazer isso não me deixa me aprofundar, só me faz menos quente, menos ligada,menos charmosa, menos amável.
Mas antes de tudo prezo loucamente tudo que tenho, todas as conquistas, todas as pessoas, cada milímetro, porque ta previsto, ta certo tudo isso vai virar pó..